Jéssica - Cap. III [Capítulo Especial]

domingo, 26 de janeiro de 2014

 Nota do autor, "prus meu leitor": Galerinha, creio que esse seja um dos melhores textos que escrevi, creio que não escrevi tão bem na parte do meio pro final, acho que por questões emocionais mesmo, e porque meu horário de trabalho (de escrever/ler) é de madrugada, e nem sempre cola fazer isso de madrugada, me desculpem se tiver algum erro, por favor me avisem logo para eu poder consertar, eu reli o texto, algo que não faço de costume, mas é uma ocasião especial, pelo que vi não tem erros, mas possa ser que brote algum do plano de fundo preto do blog, então já sabem, avisem. Andei pensando, acharia conveniente formular um futuro livro com alguns contos que escrevo aqui, e com outros novos claro, e esse certamente estaria, mas pra começo de conversa, o texto não seria esse, irei melhora-lo haha, ah para deixar vocês curiosos e emotivos, o texto é baseado em alguns fatos reais, boa leitura ;)




Cap. III
Jéssica


Já era noite, quando ele sentou-se na poltrona e passou a pensar... A luz do luar atravessava a janela e diminuía o breu daquele lugar. Mas ali sentado, tomando um velho e bom whisky que ganhara de seu avó em seu 20°aniversário, começara lembrar-se de uma história, não tão velha, mas que já daria oportunidade  ao tempo de corroê-la.
Era 15 de abril de 2000, desde lá foram bons longos anos, mas tudo parecia que foi ontem... Ele estudava numa escola que ficava há uns vinte minutos de sua casa, até que era um garoto empenhado, mas sempre abismado com o que o futuro haveria de vir, não era de ter muitos amigos, uns cinco lhe bastava, Leo era o mais próximo, mas a Jéssica era sua companheira fiel de várias aventuras, até cinco anos antes daquela data, que foi quando ela descobriu um perigos câncer nos ossos da perna, desde lá, além da idade, isso foi mais um infeliz motivo para separar os dois velhos amigos de infância, na verdade separar diariamente, pois ele sempre a visitara em sua casa, um dos poucos amigos que lhe restara, na verdade, era praticamente o único.
Jéssica sempre foi uma garota feliz, e foi durante aqueles cinco anos também, amava ler, avaliando bem, ler era praticamente uma das únicas coisas que ela fazia, e mesmo assim parecia a fazer mais viva. Seu quarto era praticamente uma biblioteca, e seu fiel amigo contribuía significativamente com isso, sempre que podia levava um livro para ela, isso lhe dava tanto prazer quanto ver o sorriso encantador que formava no rosto dela quando o via. Mas certo dia ele deparou com um pedido inusitado da parte dela:
- Posso te pedir um favor?
- Claro! - respondeu ele.
- Teria como você comprar pra mim um caderno em branco?
- Posso sim, mas porquê mais um? Não entendo, você tem vários, até um diário que você nunca escreveu tem por aí entre os livros.- respondeu ele.
- Ah, é uma surpresa, esse é especial, e com certeza não vai ficar em branco. - Disse ela rindo.
-Então tudo bem, amanhã peço para minha mãe trazer, ah, estou indo ainda tenho que estudar para amanhã, outro dia passo aqui com mais tempo O.k.?
- Tudo bem, estarei esperando. Tchau.
Depois deste episódio ele sempre se perguntou o porque daquele caderno, o pai dela certamente não lhe negaria algo do tipo, mas ela preferiu pedir a ele, mas ele sabia que um dia iria saber.
O tempo foi passando e ele praticamente haveria se esquecido daquele caderno, mas para ele isso não importava muito, ah saúde da Jéssica foi piorando aos poucos, ainda não haveria encontrado cura, os tratamentos eram caros e torturantes, mas a tristeza não residia naquele rosto cansado e envelhecido pelas várias seções de radioterapia e quimioterapia. Aquele sorriso encantador ainda estava lá, creio que qualquer um leitor que pudesse contemplar aquele sorriso jamais esqueceria, como ele nunca esqueceu, mesmo com o tempo curto e as várias responsabilidades o apertando ele nunca a deixara de visitar, estava ali com ela para afagar-lhe as dores, para ele aquela amizade significara tudo, como qualquer amizade, onde o amor é verdadeiro e é maior que tudo, era capaz dele querer estar no lugar dela e poupa-la de tamanho sofrimento, mas sabemos que não era possível. Só que mesmo assim ele sofria com ela, ria com ela.
Certo dia, em uma de suas visitas, ela falou:
- Tenho uma surpresa pra você, mas não posso lhe dar hoje, mandarei amanhã pra você, espero que goste.
- Ah, assim vai me matar de curiosidade até amanhã! Bem, meu pai me aguarda, prometi a ele que iria o ajudar no trabalho hoje, talvez essa semana ainda passe aqui. Até mais Jéssica.
- Adeus meu amigo. - respondeu ela, com o sorriso mais radiante que ele já vira, então ele virou-se e foi em direção a saída tentando imaginar no que seria a surpresa.
O dia se passara e ele não chegou nem se quer perto a imaginar o que seria, mas sendo acaso ou não iremos ao dia em questão, 15 de abril de 2000, dia seguinte a aquele... Mais parecia um dia normal, ele acordara em seu horário de costume e foi se arrumar para ir ao colégio. Enquanto se tomava seu café da manhã sua mãe chegou com uma cara tão triste que ele quase a pergunta qual seria o motivo, mas imaginou ele que seria por causa de seu avô doente, preferiu não tocar no assunto para não a deixar pior, ele não era tão bom com as palavras. Mas na verdade o motivo ele não imaginara, sua mãe o entregou uma carta caixa e falou:
- A mãe da Jéssica passou hoje mais cedo e deixou isso aqui, disse que era pra você, acho bom abrir, não tenha pressa.
-Tá bom mãe. - respondeu ele pegando a caixa, e tentando imaginar o por que a surpresa chegara tão cedo. Não ficando em pensamentos, parou de comer e deteve-se em abrir a caixa, o que lhe lhe trouxe realmente uma surpresa, mas não tão grande quanto a que haveria por vir. Na caixa havia o caderno que ele a entregara alguns anos atrás, e uma carta... Por principio de curiosidade abriu logo a carta e se deparou com estas palavras:
" Meu caro amigo, se você estiver lendo esta carta é porque você não poderá mais me ver, mas não quero que fique triste por isso, agora não sinto mais dores, agora estou livre do que me prendia... Posso estar longe de você mais você sempre poderá me ouvir, não chore muito, sei que a saudade dói é por isso que escrevi esta carta antes de partir, para que você saiba o quanto você foi especial para mim, e sempre será, para você deixo toda a minha biblioteca, para que quando ler um livro se torne tão livre quanto fui, e mais, deixo algo que lhe prometi, "a surpresa", sei que demorou, mas preparei para este momento, naquele caderno que você me deu, eu escrevi um livro, só que o livro está incompleto, e você é o único que sabe o final, ou saberá quando ler, e como ultimo pedido, peço que prometa que terminará o livro e o publicará. Não se preocupe, eu estarei cuidado de você. Até mais, te amo de todo o meu coração, de sua eterna amiga, Jéssica."
Naquele momento, o nosso querido garoto chorava, chorava como se estivesse sendo morto... Mas na verdade estava, passara umas duas semanas praticamente chorando, tão abatido que nem o livro que lhe fora deixado haveria lido, tão abatido que queria reviver o que William Shakespeare havia criado, já achava ele a história de Romeu e Julieta algo tão plausível que se tornava algo distante das estórias mirabolantes e ilusórias do romantismo, assim como queria antes, agora queria ele morrer e acabar com aquele sofrimento, queria ele morrer no lugar dela... A vida era tão injusta... A vida é injusta... Mas aquilo haveria de passar, afinal, a Jéssica agora era uma alma livre... Ele deveria ficar feliz por aquilo mesmo que isto signifique perder horas de gargalhadas, e perder aquele lindo sorriso, logo ele compreendeu o que se passara.

13 comentários:

  1. Vou ler os outros capítulos porque eu acho que será mais fácil de entender. Eahauhaua #lerda
    Mas eu gostei bastante desse, o quê talvez fez me interessar para ler outros.
    Seguindo.

    Beijos <3
    Fofuramentos - Fanpage

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    1. Haha, não se preocupe se não leu os outros, não terá importância a ordem da leitura, o conjunto de contos é inspirado em "Vidas Secas" de Graciliano Ramos, pode sim ter uma ordem cronológica, mas a leitura de um capitulo não interfere no outro. Obrigado pela visita, e espero que goste.

      Beijs :3

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Olá, tudo bem?
    Vim pra te avisar que te indiquei numa brincadeira entre blogs que está acontecendo.
    Aqui está o link da brincadeira --> http://destroyeddreams42.blogspot.com.br/2014/01/brincadeira-de-divulgacao-perguntas-e.html
    Um grande Abraço! *--*

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  4. ÓTIMO! Muito bonito o texto, me lembrou A culpa é das Estrelas e fiquei com um pouco de medo que ele se matasse mesmo e não cumprisse a última vontade dela. Gostei do que disse sobre ela ser uma alma livre agora.

    :D
    terradefagulhas.blogspot.com

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  5. Emocionante o texto... Devo confessar, você sempre me prende o inicio ao fim!

    Você falou pra lhe avisar caso encontrasse algum erro... Te convido a ler com calma o texto novamente... Tem uma palavra faltando, outras se repetem, mas é só isso! Estou avisando por que vc pediu, não me julgue!
    Beijo :3

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    1. Hihi, que bom q gostou.. Ah que nada, obrigado por reparar nisso, é deveras importante ;)

      Beijão :3

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  6. Que lindo o texto !! Meu amigo sempre brocando kkkkkkk Emocionante de verdade !

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  7. O texto ficou muito bom, eu gostei! Mas teve um erro no uso do "haveria", que, pelo menos eu acho, que seria na ordem dos três "haveria" que você usou no texto: havia, haviam e havia de novo. Mas de resto eu achei ótimo ^^
    Beijos!

    PiinkCookie.blogspot.com ♥

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    1. Haha, muito obrigado... Já tinha sentido um pouco isso... Vou mudar quando reescrever...

      Bjs, tks.. ;)

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Pensamentos Irreais