quero dançar contigo na chuva,
quero ao som dos anos 50,
quero que o tempo pare.
Quer te ver,
te abraçar de novo,
quero continuar dançando,
até que a vida pare,
quero dançar,
quero você.
A felicidade é um compêndio de dor em que a angustia contabiliza o respirar... Inspira... expira... Neste exato ritmo como uma canção alegre e dançante.
Eu sou um fantasma. Sim daqueles que não sentem nada e não se pode ver. Eu vi a morte com meus próprios olhos, e, adivinha... Não quero nem lembrar. Mas vi o suficiente para me arrepender de uma vida inteira, alias, o que é isso mesmo? Hahaha. Medo, angustia, aflição, sim em todo o momento eu estava lá, não podia errar um dia sequer, falhar não era opção. O mundo dependia de mim, mas que ironia, ele já me esqueceu faz tempo. Recordo que empunhei minha espada, estava banhado de sangue que não era meu, derramei o suficiente para umas 100 vidas, peito rasgado, tirei minha armadura para ser mais rápido, e eis o fim. Existe forma nobre de morrer? O que há de belo na morte? O céu estava escuro, a natureza já se preparava para a fúnebre batalha, chovia, havia lama, meus pés estavam pesados, mas não desisti um minuto sequer. Meu corpo inteiro doía, minha alma doía, porém o espírito ainda era inabalável. De que adiantou uma vida inteira, se em um segundo não fui valente e forte o suficiente para sobreviver? Lembro-me de outra espada perfurando as minhas costas, a dor era como se o mundo caísse sobre mim, porém em poucos instantes cessou. E eu ouvia a chuva, o metal, e mais chuva, mas tudo escurecia, já não enxergava mais nada... Aliás, vi, vi ela passando por ali, como se fosse um dia qualquer, eu vi a morte.
Aponte-me a luz girassol, ouço o bramido da espada, o vento que sopra para o norte. Não murches girassol, olhe para o sol, guia entre as estrelas, não te abales as escuridões das noites, não te confundas a luz da lua. Respira girassol, o amanhã chegará assim como ontem se foi, resplandeça tua cor hoje, o amanhã ainda não existe. Amo-te girassol, singela beleza das flores. Ame girassol, teu mundo não é só, é sol. Não chores girassol, o nosso rei não tarda, e o príncipe estás a chegar.