Tudo

domingo, 28 de agosto de 2022

 


Conte-me sobre as estrelas que deixaram de brilhar

Sobre os astros que vagam pelo espaço sem destino,

Dos mundos solitários e frios que são eternos

Da vida que sobrepuja a lógica em milhares de anos luz

Da ínfima poeira que é artista e de longe brilha

Daquilo que silencia os físicos

Dos quasares que pulsam como coração

Do silêncio eterno da vida

Da insignificância pequena do ser

Venha, sente ao meu lado e conte-me tudo.

Mar

segunda-feira, 11 de julho de 2022


A sordidez do mar questionando meu destino,

balança meu barco do presente.

Velas abertas e o vento repentino,

sussurrando para um coração ausente.

Onde está minha âncora? 
Me perdi na objeção desse mar. 

Sombra

quarta-feira, 11 de maio de 2022


Caminha pelas ruas da cidade, sob a escuridão da noite, esgueirando-se pelas penumbras. Lembrava-se céptico de como um passado feliz tornou-se deprimente como trevas. Pobre infeliz, mal sabes que a sombra é o passado da luz. Ela o acompanha pelo breu das ruas simplesmente pra lembrá-lo que a luz existe. E certamente logo pela manhã, a luz brilhará lá fora.

Dança

segunda-feira, 8 de novembro de 2021



Quero te ver,
quero te abraçar.
Quero sua cabeça em meu ombro,
quero dançar contigo na chuva,
quero ao som dos anos 50,
quero que o tempo pare.

Quer te ver, 
te abraçar de novo, 
quero continuar dançando,
até que a vida pare,
quero dançar,
quero você.

Fragmento: Felicidade e Angustia

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

A felicidade é um compêndio de dor em que a angustia contabiliza o respirar... Inspira... expira... Neste exato ritmo como uma canção alegre e dançante.

Fantasma

sábado, 31 de julho de 2021


Eu sou um fantasma. Sim daqueles que não sentem nada e não se pode ver. Eu vi a morte com meus próprios olhos, e, adivinha... Não quero nem lembrar. Mas vi o suficiente para me arrepender de uma vida inteira, alias, o que é isso mesmo? Hahaha. Medo, angustia, aflição, sim em todo o momento eu estava lá, não podia errar um dia sequer, falhar não era opção. O mundo dependia de mim, mas que ironia, ele já me esqueceu faz tempo. Recordo que empunhei minha espada, estava banhado de sangue que não era meu, derramei o suficiente para umas 100 vidas, peito rasgado, tirei minha armadura para ser mais rápido, e eis o fim. Existe forma nobre de morrer? O que há de belo na morte? O céu estava escuro, a natureza já se preparava para a fúnebre batalha, chovia, havia lama, meus pés estavam pesados, mas não desisti um minuto sequer. Meu corpo inteiro doía, minha alma doía, porém o espírito ainda era inabalável. De que adiantou uma vida inteira, se em um segundo não fui valente e forte o suficiente para sobreviver? Lembro-me de outra espada perfurando as minhas costas, a dor era como se o mundo caísse sobre mim, porém em poucos instantes cessou. E eu ouvia a chuva, o metal, e mais chuva, mas tudo escurecia, já não enxergava mais nada... Aliás, vi, vi ela passando por ali, como se fosse um dia qualquer, eu vi a morte.

Pensamentos Irreais